Quando à noite puseres a chave ao lar
E olhares para a tua mulher à ceia...
E nela vires quem estiveste a alugar.
E fores para a cama de barriga cheia....
Quando cedo voltares a por-te a pé
E pelo caminho encolheres a mão
Quando te lembrares onde perdeste a fé
Na gaveta onde escondeste o coração...
Quando pagares contas em alvoroço
E o ar de dentro pesar chumbo
E deixares as sobras do almoço
A salivar noutro lado do Mundo
Tenho sido o nó da tua gravata
Quando vês montras, a salivar
À procura da forma mais barata
De comprar tempo a quem to dá sem cobrar...
Quando o tempo voltar a faltar
A quem trouxeste ao Mundo por engano
Será tarde de mais para acordar
E o presépio cai ao som de um piano...
Desejo-te um Feliz Mortal...
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