sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Hoje, é Natal...
As ruas enfeitadas brilham sobre a chuva na calçada, que reflecte as montras das lojas, abertas até mais tarde.
A padaria do bairro despachou a última fornada de pão quente, e o cheiro convida as pessoas que formam fila à porta a entrar em busca do último ingrediente do jantar que os espera.
Hoje, não vou de elevador. Utilizo as escadas, na subida até ao último andar do prédio.
O cheiro a bolos e canela brinca e mistura-se com o das refeições quentes no forno. Entre cada andar, o riso de crianças interrompe as minhas fantasias: ora sou morador num apartamento e vou receber os meus convidados à porta do prédio, levando-os para o conforto de casa, onde nos espera a minha mulher e os meus filhos, ora sou eu mesmo um convidado, a chegar a um andar onde o calor de uma família amiga me espera.
Qualquer dos casos me é estranho; e nunca vou saber o que nasce no peito numa situação destas; mas também não interessa...
É quase hora de jantar, os convidados estão a chegar, significa que está na minha hora.
Desço os degraus apressadamente, tão depressa quanto os meus joelhos trémulos permitem.
Não quero cruzar-me com nenhum dos moradores.
Entre o 3º e o 2º andares encontro um cartão novo - alguém comprou uma televisão... hoje vou dormir mais quente.
Feliz Natal...