quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quinhão

Quando o Mundo, sujo, imundo,
Te afagar, me afogar;
Quando a Alma, queda, calma,
Desistir de retentar;
Quando o hoje não for mais
A semente de amanhã
E o ontem já não for
O teu mago talismã;
Fecha os punhos, cerra os dentes
Porque aquilo que hoje sentes
É complexo, fugidio
Tão difícil de agarrar...

Espera calmo, sem demoras
Espera vinte e quatro horas
Porque o Mundo, sujo, imundo
Nunca pára de rodar
E então à mesma hora
No mesmo local marcado
Lá estará a mesma sombra
Para que a Alma, queda, calma,
Seja outra vez anciã
E o hoje seja fruto
De um futuro, um atributo
Para que o ontem seja em espasmos
Novamente um talismã.

Longa se torna a espera pela indubitabilidade...