domingo, 19 de setembro de 2010

Sombra

Há uma sombra, fria e má
Que só vem de noite quando eu não estou cá...
Vive em mim, cá bem no fundo
Guarda as chaves dos portões p'ra outro Mundo

Eu não sei como aconteceu
De silêncio tomou conta do que é meu
Eu fiquei diferente de outros
Portador de um vírus que afasta a luz...

Vem disfarçada de arrepio
Cobre-me com um sobretudo sujo e frio
Conta-me histórias de assombração
Põe-me pedras no lugar do coração

Sem pedir, encosta-se a mim
Esgota-me os sentidos quase até ao fim
Pesa mais que um dia de Inverno
Puxa-me p'ra baixo num buraco eterno...

2 comentários:

  1. Meu,

    já sabia que eras um artista... mas não te conhecia esta "veia".

    Parece-me que deves continuar, ganhaste um leitor assíduo (embora a poesia não seja a "minha praia").

    Abraços!
    Meia

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  2. Thanks. Vai passando por cá. Na varanda do morto há sempre espaço para mais um...

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