Espelho, diz-me, por que estás tão
triste?
Quem te colocou covas nos olhos?
Quem te rasga a pele pela manhã?
Quem te dobra os lábios para
baixo?
Quem te tirou toda a liberdade?
Quem te prende nessa imensidão de
faz-de-conta?
Quem te amarga a boca com o licor
do amanhã?
Quem te cose o peito com mestria
dedicada?
Quem te desmascara com silêncios
faladores?
Quem te vê de fora para dentro?
Quem te vê tão triste, tão
cinzento?
Quem tu escondes?, diz-me se
souberes.
Quem és tu?, de uma vez por todas;
Diz-me espelho, porque não te
mostras?
Se este lado és tu, mas ao contrário;
Quem é este? É imaginário?
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